Fiocruz espera começar a vacinar a população contra a Covid-19 até março
2 de novembro de 2020
Nísia Trindade, presidente da fundação, explicou que deve iniciar a produção ainda em janeiro. ‘A Anvisa vai acompanhar todo o processo’, disse.
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade disse nesta segunda-feira (2) acreditar que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil — com formulação da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca — comece até março.
“Temos a expectativa de que todo o processo de imunização comece a ser feito no primeiro trimestre de 2021”, disse Nísia Trindade.
Nísia explicou que espera iniciar a produção já em janeiro ou em fevereiro. “A Agência de Vigilância Sanitária vai acompanhar todo o processo”, emendou.
A presidente da Fiocruz esteve nesta segunda em uma missa no Cemitério da Penitência, no Caju. A cerimônia, conduzida pelo cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, homenageou os cientistas.
Em agosto, Nísia disse que a produção iria começar em dezembro. Na ocasião, foi assinado um acordo entre a Fiocruz, o Ministério da Saúde e a AstraZeneca que previa transferência de tecnologia e 100 milhões de doses produzidas no Brasil.
“Estamos nos preparando para receber 30 milhões de insumos farmacêuticos para 30 milhões de doses da vacina, entre dezembro e janeiro, e estaremos produzindo essas doses de vacina, e receberemos mais 70 milhões de doses logo a seguir, entre fevereiro e junho de 2021”, falou Nísia, em agosto.
Ilustração mostra cientista com seringa na mão olhando para frascos — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1
Uma é a de uma vacina sintética, com base em peptídeos (moléculas) sintéticos do Sars-CoV-2 capazes de induzir a produção de anticorpos específicos e ativar as células T, um tipo de célula de defesa do corpo, contra o coronavírus.
A outra é uma vacina de subunidades, que utiliza pedaços de proteínas capazes de estimular a resposta imune. Essa versão testa diferentes construções da proteína S, que é a que o novo coronavírus usa para infectar as células do paciente. A ideia é que o corpo crie os anticorpos necessários para se defender quando tem contato com essa proteína.
Segundo o vice-diretor de desenvolvimento tecnológico de Manguinhos, Sotiris Missailidis, ambas já passaram por uma primeira etapa de estudos pré-clínicos, com camundongos, e foram seguras para os animais.
Agora, os cientistas avaliam a geração de anticorpos e as respostas das células de defesa dos animais. A melhor das construções e das doses testadas vai para estudo de desafio – quando cientistas infectam os animais com o vírus e verificam se a vacina conferiu proteção.
O próximo teste será em hamsters, previsto para novembro, e depois vêm, possivelmente, os macacos.
“Se a gente conseguir achar laboratório que faça, seria já em dezembro [o teste] em macacos. No final do ano ou em janeiro podia completar a fase pré-clínica”, disse Missailidis.
Infográfico mostra quatro plataformas de desenvolvimento de vacinas e quais institutos brasileiros trabalham em quais propostas — Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1
* Os comentários aqui postados são de inteira responsabilidade de seus autores, não havendo nenhum vínculo de opinião com a Redação da equipe do Portal Tocantins News. Obrigado.
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Praesent ut iaculis est. Nunc vehicula magna at sem vehicula lacinia. Aenean sed neque eu justo dignissim feugiat.