Cerca de 80% dos alunos matriculados na rede municipal de Palmas retornaram às escolas nesta segunda-feira (4), véspera de feriado. O movimento foi tranquilo tanto na entrada como na hora do intervalo. A partir de agora as aulas serão totalmente presenciais sem o revezamento que estava sendo realizado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, mais de 42 mil alunos estão matriculados na rede de ensino. Desse total, aproximadamente 20% não retornaram às escolas por opção dos pais e responsáveis.
A autônoma Sileide Araújo de Oliveira, por exemplo, não se sentiu segura para enviar a filha de sete anos. “Pego a atividade na escola, ela manda as páginas dos livros, as atividades extras, a Alice assiste a aula interativa. Então, assim, ela vai para aula só no ano que vem”, disse.
Em caso de insegurança dos pais, como o caso da Sileide, a opção é continuar com o ensino remoto, mas o ano letivo deverá ser concluído nessa modalidade sem revezamento de turmas.
A Secretaria Municipal de Educação garantiu que as 78 unidades da capital foram preparadas para um retorno seguro. Mesmo seguindo os protocolos de prevenção estabelecidos nas escolas, a volta preocupa a categoria dos profissionais em educação, que também afirma ter faltado diálogo para definir a retomada 100% presencial.
“Há uma dificuldade muito grande em se manter esse protocolo, em ter o controle sobre essas crianças dentro do ambiente escolar tendo 50% de frequência. Você dobrar essa frequência para 100%, normalizar o atendimento das escolas é muito preocupante neste momento”, disse o Ederval Camargo Rocha, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação.
A secretária de Educação, Cleuzenir dos Santos, explicou que os pais precisam procurar a escola para optar pelo ensino presencial ou à distância. Segundo ela, o pai que mudar de ideia quanto ao tipo de ensino poderá procurar a escola para rever a decisão.
“Se no decorrer, daqui até dezembro, tudo estiver tranquilo e o pai decidir que o filho deve voltar presencial também pode procurar a escola, dialogar, conversar e organizar. O que não pode é ficar nas duas modalidades”, explicou.
Nas escolas de tempo integral, inicialmente o retorno será apenas em meio período até as 13h. “Isso não é definitivo até o final do ano. Vai depender muito do cenário epidemiológico, baixou, está tudo tranquilo, a rotina dando certo, breve a gente vai retornando aos poucos o integral”, afirmou.
Em relação aos apontamentos do sindicato, a secretária afirmou que o plano de retomada está sendo seguido e as escolas adquiriram todos os materiais de EPI necessários. “Nós seguimos o plano, mas estamos abertos a uma conversa, vamos agendar e conversar porque somos todos da educação, mas o plano nos deu essa flexibilidade de que nós poderíamos retornar. Não há nada que nos impeça, se o cenário epidemiológico subir ou cair, não temos problema em recuar e voltar ao formato híbrido, mas precisamos tentar. Esse retorno presencial é necessário”, finalizou.
Alunos em sala de aula da rede municipal de Palmas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera