Nesta quinta-feira, 18, o Monumento das Árvores Fossilizadas do Tocantins (Monaf) se reuniu com representantes do Ministério Público Federal de Araguaína (MPF) e de instituições de ensino superior, para dar continuidade às discussões sobre as demandas prioritárias à implementação da pesquisa científica na Unidade de Conservação (UC) e deliberação sobre o Plano Anual de Trabalho da Rede de Apoio à implementação do Plano de Manejo do Monaf.
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), através do Monaf, e representantes da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Universidade Federal do Norte do Tocantins (IFNT), Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e Instituto Federal do Maranhão (IFMA), participaram do encontro.
Hermísio Alecrim, gestor do Monaf, conta que a iniciativa também tem o objetivo de obtenção do conhecimento científico básico da UC, para subsidiar a gestão do Monumento Natural. “Além de ser uma diretriz do seu Plano de Manejo, é preciso criar e implementar estratégias efetivas de conservação com as contribuições do conhecimento científico, aproximando o diálogo entre gestores, pesquisadores e comunidade residente”, afirma o gestor.
“Com a pesquisa, melhoramos os processos de gestão da UC e aprimoramos as estratégias de manejo das áreas, das espécies nativas e dos recursos naturais existentes. Pesquisar em unidades de conservação é conhecer a imensa diversidade geológica, paleontológica, biológica, étnica, social e cultural”, reitera Hermísio Alecrim.
O gestor esclarece que, atualmente, o acervo do conhecimento existente na UC é sobre fóssil vegetal, material abiótico, objeto de sua proteção. No entanto, sobre os mais diversos componentes da sociobiodiversidade da UC, ainda são desconhecidos.
“É preciso um conceito afirmativo mais concreto para fomentar a gestão, que envolva a relação entre a diversidade biológica existente no Monaf, o contexto histórico do surgimento de Bielândia e a percepção dos fósseis, o comércio ilegal dos fósseis e a criação do Monaf, o impacto da expansão demográfica de Bielândia e a antropização das áreas rurais em relação aos objetivos de proteção da UC, os sistemas agrícolas e pecuários tradicionais de subsistência (agrobiodiversidade)”, pontua Hermísio Alecrim.
Entre os demais aspectos, Hemísio cita ainda, o uso do solo pelos proprietários rurais e o manejo deste recurso natural em relação aos objetivos de proteção da UC, a diversidade da flora, da fauna e microrganismos, recursos hídricos e sua distribuição, o impacto do uso do fogo em áreas nativas, a percepção da população residente em relação ao Monaf, cartografia das áreas que formam a UC e o potencial turístico.
“É importante para o órgão gestor [Naturatins], assim como para a supervisão da UC [Monaf], o resultado de pesquisas que avaliem as medidas já implementadas ou que auxiliem na tomada de decisões sobre políticas públicas, por vezes questionando paradigmas”, conclui Hermísio Alecrim, ao avaliar a pauta do encontro.