Atingir o sucesso no mercado da música autoral é um desafio para a maioria dos artistas independentes. O cantor e compositor Júlio Bueno tem inúmeros motivos para celebrar a vitória neste desafio com dois de seus últimos álbuns. Gravadas e editadas em Palmas (TO), suas produções “Vem Dançar Comigo” e “Viver em Paz” já alcançam a meta de 10 mil visualizações no Spotify e mais de 100 mil no Youtube. Eles podem ser conferidos nas redes sociais do artista e plataformas digitais, sendo Spotify, Deezer e Youtube.
Ambos os trabalhos tiveram a direção, composição e interpretação de Júlio Bueno e produção de Marcos Aba, gravadas nos anos de 2021 e 2022 no estúdio Studio no Estúdio Takmusic, na capital tocantinense com pré-produção paralela em Goiânia (GO). Os instrumentistas também são de Palmas, sendo eles Murillo Rocha no teclado, Gabriel Silva na guitarra, Jairon Conceição no contrabaixo e Pedro Enus na bateria, além da cantora Cinthia Abreu como back vocal.
Conforme o artista, as suas principais influências multiculturais são as de artistas temáticas sociais, como Legião Urbana, Cazuza, Raul Seixas, Rita Lee, Gilberto Gil, MPB 4, Elis Regina e Chico Buarque. Na música internacional da mesma forma, sendo o blues, o jazz e o rock. “Bob Dylan é todos a minha maior referência, mas gosto muito do U2, Black e Elvis Presley”, ressalta.
Nascido em janeiro de 1962, Julio Bueno passou boa parte da sua carreira artística na ditadura militar, fase essa que possui grande influência em suas composições autorais de cunho crítico e político. “Vivi debaixo da ditadura militar. Naquela época, se pegasse a gente com um livro Russo ou cantando uma música de Geraldo Vandré íamos preso, então é uma fase que desejamos que nunca mais retorne nesse País. Foi um momento muito difícil, até para seguir carreira, pois a gente não podia cantar o que a gente acreditava”, relembra.
Os projetos são 100% independentes, custeados pelo próprio artista. As canções de Júlio Bueno tratam de temas diversos como temáticas críticas e também de contemplação da natureza e da vida. Os dois últimos trabalhos foram lançados no período de pandemia da covid-19, o que Júlio Bueno aponta como mais um desafio superado e de motivo de celebração. “O distanciamento social fez-me recolher e refletir sobre a vida, a minha vida. Assim, o resultado foi produzir música, que é o que eu mais amo na minha vida e sem a música para mim é impossível respirar de forma livre e independente e expressar o pensamento e a vontade de ser e evoluir”, revela.
Álbuns
No ano de 2021, Júlio Bueno lançou o disco áudio fonográfico e vídeoclipe “Viver em Paz” compacto com seis faixas autorais – Eu Gosto é de Você, Viver em Paz, Lua Cheia no Araguaia, Vamos para Havana, Na Estrada O Som é Sertanejo e Filosofando. Segundo o artista, tratam-se de canções com uma roupagem romântica mergulhada no blues, reggae, pop rock e country. Em 2022, o artista lançou ainda o projeto Vem Dançar Comigo, sendo áudio fonográfico e videoclipe compacto com cinco faixas autorais.
Compõem o projeto as canções autorais – O Que é Isso?, Na Minha Paixão, Cabana do Araguaia, Vem Dançar Comigo e Vem Ficar Comigo. “Esse último álbum já vem com uma bagagem mais experiente e mais iluminada devido a experiência adquirida e a vontade de falar mais alto e mais afinado, até porque a produção foi mais aconchegante e a valorização artística destacada com a competência dos músicos (residentes em Palmas)”, considera Júlio Bueno.
Segundo ele, o álbum “Vem Dançar Comigo” marca um amadurecimento artístico produtivo. Ele destaca, por exemplo, a canção “O Que é Isso”, que traz uma crítica sobre brigas políticas, a fome e a miséria. “É uma inspiração a partir de bandas de protesto do Rock And Roll da década de 60 a exemplo de Black Sabbath, Cazuza e outros”, ressalta.
Já a música “Vem Dançar Comigo” traz um tom mais ideológico, por meio de frases como “Me chamam de comunista e daí o que tem com isso eu sou assim”. “É uma mistura de um tom retrô romântico do rock com uma pegada politizada e marcante nas últimas gerações pop rock e nos movimentos sociais, presentes principalmente na década de 80”, aponta o artista.
Carreira
A carreira de Júlio Bueno já contabiliza mais de 40 anos de história. Antes das duas produções do ano de 2021, Júlio Bueno lançou outros trabalhos autorais, como a produção do CD Luzes Urbanas, finalizado e gravado em 2013, também viabilizado com recursos próprios e totalmente independente. O disco compacto fonográfico conta com dez faixas autorais – Do Meu Quarto, Pode Ser, Luzes Urbanas, South Africa, Que Sena, A Liberdade, Nunca É Tarde, Não Para de Pulsar, A Dama do Rock And Roll, Sombra e Luz.
Tratam-se de letras românticas e letras que abordam temas de relevância política vividas pelo autor em sua trajetória na visão social, com influências do blues, nostalgias e muita instrumentalidade e vocal com estilo retrô. A pré-produção aconteceu em Goiânia, coordenada pelo músico, produtor musical e arranjador Marcos Aba, do Studio Aba. A masterização e finalização pela Gravadora MCK em São Paulo. O disco foi impresso e produzido pela AMZ Mídia Industrial, na Amazônia.
Perfil
Natural de Goiânia (GO), Julio Bueno começou na música aos 16 anos, sendo autodidata. Posteriormente, iniciou os estudos de Música no Centro Livre Artes, em Goiânia (GO), com estudos de Teoria da Música, História da Arte e outros. Além de cantor e compositor, é instrumentista, tocando percussão e violão.
Iniciou a concorrer nos festivais de música aos 18 anos, como o MPB da UNE e Comunica Som, dentre outros festivais do movimento estudantil. Assim seguiu com a participação em festivais e rodas de amigos até que, em 2013, lançou o seu álbum Luzes Urbanas. Tocou por 20 anos no Grupo Tradisamba, Raiz da Praça. Começou a compor aos 17 anos, quando fundou o Grupo Raiz da Praça, e concorreu em dezenas de festivais com suas composições autorais.
Atualmente, divulga os trabalhos de sua trilogia musical “Eu Quero Viver em Paz”, “Vem Dançar Comigo” e “Luzes Urbanas”.