Fenômeno durou 45 segundos e foi acompanhado de um forte barulho, deixando os moradores da região com medo. Não há registro de danos a estruturas ou feridos.
O tremor de terra registrado em Talismã (TO) na noite desta quarta-feira (28) alcançou a magnitude de 3.4 graus na escala de intensidade usada para medir terremotos. O registro foi feito pelo Centro de Sismologia da USP e observatório sismológico da UNB. O fenômeno durou 45 segundos e foi acompanhado de um forte barulho, deixando os moradores da região com medo.
“Aqui na minha casa tremeu as janelas todas. Foi um barulhão, parecia um trovão. E deu uma tremida assim, rápida e parou”, disse um morador. “Era tarde da noite já. Eu senti uma coisa estranha assim, aí eu fiquei preocupada. Quase não dormi de noite preocupada com isso”, relatou uma mulher.
O abalo sísmico ocorreu por volta de 22h20 e foi sentido pelos moradores de ao menos duas cidades: Talismã e Alvorada. O barulho foi semelhante a um trovão. “Eu senti esse negócio aqui. Tava assistindo televisão, aí eu escutei como fosse um trovão [sic]. Quando dei fé, começou a tremer o chão. Aqui em casa tremeu o chão”, relatou outro morador.
Taslimã fica na região sul do estado — Foto: Divulgação
Segundo o registro do Centro de Sismologia da USP, o tremor aconteceu a uma profundidade máxima de 10 quilômetros, considerada rasa. Até a publicação desta reportagem não há registro de danos a estruturas ou feridos.
O secretário de Meio Ambiente e Defesa Civil de Talismã, João Carlos Lopes, disse que logo após o tremor recebeu mais de 100 ligações para relatar o caso.
“Ligaram querendo saber informações do fato, do barulho e da vibração. Em seguida, eu tinha ouvido o barulho porque foi muito forte mesmo por 45 segundos”, contou.
Nesta quinta-feira (29) a equipe está percorrendo a zona rural para verificar se houve algum estrago. João Carlos conta que não é a primeira vez que tremores são registrados na região, mas esse foi mais intenso.
“Das outras vezes nós sentimos em forma de onda ou vibração quando tremia em Maria Rosa, Trombas, Santa Tereza e Porangatu. Dessa vez como o povo viu e ouviu o som a situação mudou de figura e todos estão com medo”, relatou.
Tremores de terra não são comuns no país e muito menos no Tocantins – o último no estado tinha sido em 2019. O professor e geólogo Otto Nunes Pinheiro explica que a atividade sísmica é normal e não é preciso preocupação.
“Isso é normal. A geologia você tem acomodação das camadas rochosas, mas nada que precisemos preocupar. O nossos país está em uma região cratônicamente [sic] estável. Esse abalo que foi registrado pode estar relacionado com a acomodação das camadas rochosas”, comentou
Segundo o especialista, o fenômeno pode estar relacionado com as bacias sedimentares que sofrem efeito do período chuvoso.
“As camadas rochosas sedimentares absorvem muita água. Quem sabe está relacionado com isso, mas nada que precise se preocupar. Também pode ser relacionado a algum evento sísmico que ocorreu na placa Sul-Americana, na Cordilheira dos Andes, e isso reverbera aqui”, explicou.