logo

Pesquisa financiada pelo Governo do Tocantins inicia mapeamento no Monumento Natural das Árvores Fossilizadas

Nessa quarta-feira, 12, teve início no Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins (Monaf), em Bielândia, distrito de Filadélfia, na região Norte do Tocantins, as atividades em campo de pesquisa que objetiva mapear os afloramentos fossilíferos vulneráveis às atividades humanas impactantes no Monaf. A pesquisa é financiada pelo Governo do Tocantins, por meio de edital de pesquisa em Unidades de Conservação (UCs) do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt). Com financiamento de R$ 100 mil,  a execução do projeto conta com coordenação de pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Porto Nacional, e colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), Museu Nacional do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O Monaf é uma Unidade de Conservação estadual administrada pelo Naturatins. Situada na Bacia Sedimentar do Parnaíba, a área abriga fósseis que formam a Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional. Este local é um importante cenário para diversas pesquisas científicas, que resultam na produção de trabalhos de relevância nacional e internacional.

O prefeito de Filadélfia, David Bento, colaboradores da sua gestão e representantes do Legislativo municipal  estiveram presentes para prestigiar o início das atividades e a promoção do município por meio da ciência.

Conforme o projeto de pesquisa, um dos principais entraves para a preservação dos sítios paleontológicos é a presença de propriedades privadas no Monumento. Embora o Sistema Nacional de Unidades de Conservação permita a presença de tais propriedades na categoria Monumento Natural, o projeto de pesquisa avalia ser difícil conciliar os interesses da UC com os dos proprietários. “Dessa forma, o objetivo deste projeto é identificar e mapear os afloramentos fossilíferos vulneráveis a atividades humanas impactantes à preservação dos fósseis tanto na área quanto na zona de amortecimento do Monaf. Como objetivos específicos, pretende-se propor medidas mitigadoras e compensatórias, prospectar fósseis possibilitando a reinvestigação de antigas áreas e o registro de novas localidades fossilíferas, incrementar a coleção de Paleontologia do Laboratório de Paleobiologia, da Universidade Federal do Tocantins, campus de Porto Nacional, e do Museu Nacional, no Rio de Janeiro; estabelecer afinidades taxonômicas de espécimes da lignoflora fóssil e inferir as condições paleoambientais e paleoecológicas vigentes no desenvolvimento das plantas”, descreve a coordenadora Etiene Fabbrin Pires Oliveira, da UFT.

Atividades de pesquisa

A metodologia a ser utilizada no projeto envolverá três atividades distintas: mapeamento de afloramentos, com extensas atividades de campo, seleção e mapeamento de afloramentos, com a utilização de técnicas geológicas distintas; análise dos impactos ambientais, realizada de acordo com o roteiro descrito em instrução normativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); análises paleobotânicas, com a coleta e descrição anatômica de lignoflora fóssil, através de confecção de lâminas petrográficas (gimnospermas, monilófitas ou esfenófitas), análise de seções delgadas, datação de amostras dos afloramentos e exposição permanente de peças, visto que parte importante da divulgação científica deste projeto insere-se a exposição permanente de material fóssil do Monaf no Museu Nacional.

O desenvolvimento do projeto objetiva fornecer auxílio à gestão da UC em uma eventual nova proposta de plano de manejo, bem como promover a divulgação científica da UC como importante local de preservação.

Para o supervisor do Monaf, Hermísio Aires, a pesquisa fortalece vínculos institucionais entre Naturatins, UFT, UFNT e Museu Nacional do Rio de Janeiro, além de contribuir com a identificação de atividades humanas que exercem impacto negativo ao Monaf e medidas mitigadoras que serão propostas, estabelecer novos locais de visitação, coleta e novas investigações paleontológicas.  “A pesquisa no Monaf, seja de qual for a natureza, sempre será bem-vinda. A pesquisa que está sendo desenvolvida nesse projeto, que é ‘conhecer para preservar’, tem como objetivo identificar e mapear novos afloramentos vulneráveis a atividades humanas impactantes a preservação dos fósseis em toda sua área. Com certeza o resultado desse estudo vai ajudar bastante a gestão do Monaf a tomar decisões mais assertivas, assim como propor medidas de proteção mais específicas no sentido de preservar melhor esse patrimônio cultural”, pontuou o supervisor.

Ainda conforme o gestor da UC, outro resultado interessante ao  Monaf, e por conseguinte ao Naturatins, será na divulgação do patrimônio aqui existente, visto que a pesquisa também propõe incrementar a coleção de paleontologia da UFT, campus de Porto Nacional, assim como a coleta e encaminhamento de uma amostra de árvore fossilizada que ficará em exposição permanente no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. “O que naturalmente trará boa visibilidade ao Monaf/Naturatins e ao Estado do Tocantins através desta promoção científica”, celebrou Hermísio.

* Os comentários aqui postados são de inteira responsabilidade de seus autores, não havendo nenhum vínculo de opinião com a Redação da equipe do Portal Tocantins News. Obrigado.