logo

Depoimentos de médicos revelam como foi atendimento a mãe e bebê que morreram após parto

Foto: Arquivo Pessoal

A médica Marcelle, que foi indiciada pelo homicídio culposo de Karle e seu bebê, negou que tenha agido de forma negligente. Ela relatou que clínicos gerais são responsáveis por atendimentos às gestantes no Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, em Palmas, e não há orientação clara de quando acionar obstetras.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que opera com escalas completas de profissionais de saúde, o que inclui especialistas em ginecologia e obstetrícia nos plantões. Também explicou que realiza atendimentos e intercorrências clínicas em gestantes e puérperas e que, caso de dúvidas no atendimento, a orientação é a avaliação conjunta com o obstetra plantonista.

Marcelle foi indiciada no dia 20 de novembro por por homicídio culposo. Karle tinha sido atendida por ela no dia 29 de outubro. Segundo a Polícia Civil, houve negligência da médica e tanto a mãe como bebê acabaram morrendo, na maternidade, no dia seguinte.

Em depoimento, Marcelle contou que Karle chegou à unidade com queixas de febre alta, congestão nasal e dores lombares leves, além de dificuldade para urinar. Com o quadro apresentado, ela diagnosticou Karle com sintomas gripais de influenza e prescreveu antibiótico como precaução, além de antitérmico e antialérgico.

A polícia também ouviu outros médicos que atenderam Karle no dia 30 de novembro, quando ela retornou ao Dona Regina. Um dos médicos relatou que a paciente chegou com dor abdominal intensa e sofrimento fetal, ou seja, o bebê estava com os batimentos cardíacos baixos, e sinais de descolamento parcial da placenta.

Ela foi levada para fazer uma cesariana de emergência, mas o bebê já estava morto. O médico disse que como Karle tinha dificuldade para urinar, isso seria um motivo para pedir mais exames para identificar ou descartar uma infecção urinária.

Outra profissional que acompanhou a cesariana de Karle destacou em depoimento que o sofrimento fetal era evidente, mas não podia afirmar com precisão há quanto tempo o bebê estava em sofrimento. Segundo ela, a ausência de exames no dia anterior impediu o diagnóstico precoce de complicações.

* Os comentários aqui postados são de inteira responsabilidade de seus autores, não havendo nenhum vínculo de opinião com a Redação da equipe do Portal Tocantins News. Obrigado.