Com a presença do presidente Jair Bolsonaro e de colegas de ministério, o ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Neto, apresentou nesta quarta-feira (22) um programa de avanço do desenvolvimento do país para o período pós-pandemia.
O programa prevê ações em todas as áreas do governo, concentrado, primeiramente, na área de infra-estrutura, como forma de retomada do emprego. O programa é orçado em R$ 300 bilhões.
Ao ver a proposta de retomada de obras paralisadas, o ministro Paulo Guedes, da Economia, disse que o governo “tem algum dinheiro para investir”, mas, para executar o programa, terá de atrair capital privado.
O programa, batizado de Pró-Brasil, deve começar a ser implementado no período pós-pandemia do coronavírus e inclui ações para os próximos dez anos.
Para isso, disse o ministro da Economia na reunião, será preciso ter um ambiente de estabilidade política e segurança jurídica, o que passa pela retomada da agenda legislativa de 2019, com as propostas de reforma tributária e administrativa.
No primeiro ano de mandato, o governo Bolsonaro fez a opção por não ter base parlamentar fechada, mas agora o articulador político do governo, general Luiz Eduardo Ramos, tem promovido seguidas reuniões com representantes de partidos políticos – começou pelos partidos do chamado Centrão, há dez dias, e nesta quarta com os líderes do MDB na Câmara e no Senado.
“Nós temos um problema e precisamos buscar uma solução. Não podemos ficar parados”, disse o vice-presidente, general Hamilton Mourão, que participou da reunião.
Na área econômica, há o entendimento de que a proposta do general Braga Netto não estabelece o antagonismo entre a política de equilíbrio fiscal comandada pelo ministro Paulo Guedes com o “desenvolvimentismo” defendido pelos militares.
“Não há mudança de rumo na política econômica. Não tem aquela de rodar a maquininha para fazer dinheiro. Quem fez isso foi o governo Dilma”, disse uma fonte da área econômica. Segundo essa fonte, “todo mundo está atrás de dinheiro, mas só será gasto o dinheiro que existir”.
Para ministros presentes, o mais importante da reunião desta quarta-feira foi a constatação de que, com o general Braga Neto na Casa Civil, “há governança no país”.
O ministro mostrou em sua apresentação a necessidade de ações em todas as áreas, incluindo área social como Saúde e Educação e também o que chamou de “áreas transversais, como meio ambiente e relações internacionais”.
Ele fará uma segunda reunião na semana que vem com representantes dos ministérios para dar prosseguimento à definição das iniciativas a serem levadas adiante na primeira etapa do programa pós-pandemia.