As equipes do Governo do Tocantins, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural (Ruraltins), estão indo de casa em casa a fim de evitar a aglomeração de pessoas e colocá-las em risco de contaminação pelo novo Coronavírus. Nos mais remotos lugares, onde estradas e caminhos são devorados pela mata e famílias são protegidas por buritizeiros, açaizeiros e imensas árvores de coco babaçu, existe a necessidade. Com apoio da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), as cestas chegaram a assentamentos dos municípios de Araguatins, Esperantina, Cachoeirinha, Luzinopólis e São Bento.
Conforme o presidente do Ruraltins, Thiago Dourado, o que mais emociona são as reações das mães. “Algumas mulheres ficaram muito felizes em receber essa cesta, principalmente, porque domingo já é Dia das Mães. Então, é muito gratificante para gente fazer essa ação, e ver que chegamos na hora certa para essas pessoas que estão precisando tanto. Estamos cumprindo nossa missão nesse momento de pandemia com muito cuidado e cautela, agindo para atender a população do Estado que mais precisa”, destacou o gestor.
Emoção
A aposentada Selva Torres de Souza, moradora do assentamento Santa Cruz, próximo a Araguatins, deu aula em como se prevenir contra o novo Coronavírus. “Temos que usar máscaras e lavar as mãos com álcool em gel. Tenho 26 netos e oito bisnetos, e vou ter tataranetos se Deus quiser”, afirma ela, que cria cinco netos sozinha.
Já a dona de casa Natália Vieira, com as filhas Sara e Rebeca, de três e um ano de idade, sonha com um futuro melhor. “O mundo ainda tem futuro, mas temos que cuidar dele para nossos filhos. Tudo anda tão difícil”, frisou.
O torrador de farinha Edgar Torres Fernandes leva o produto de barco até Araguatins. “Saio de manhã e volto no outro dia”. Ele também relata como está sua rotina com a pandemia, pois não pode parar a produção. “A gente entra a semana todinha fazendo farinha, aí para uns dois dias, depois começa de novo. Quando eu não tô fazendo para meu consumo to trabalhando de diária pros outros”, explica. Edgar conta que o momento é de dificuldade, pois vendia farinha na feira e, agora, ela está fechada por decreto municipal.
O senhor Edvaldo Saraiva contou um pouco de sua história; ele é separado e criou os oito filhos sozinhos. “Luto muito, com dificuldade, mas consegui criar todos os meus oito filhos graças a Deus”, declarou o assentado, enquanto fabricava carvão no quintal de sua propriedade.
Já a aposentada Nelci Ribeiro, conta que mora no assentamento há 59 anos. “Nasci e fui criada aqui, criei meus oitos filhos e quando eu morrer quero ser enterrada aqui também. Estou ficando com o joelho pelado de tanto rezar no cimento para essa pandemia acabar,” revelou a senhora.
O aposentado João da Cunha, de 70 anos, conta que está se prevenindo contra o novo Coronavírus, mas vai a cidade por necessidade. “A gente se previne, não sai de casa, só fui na cidade hoje, foi preciso sair, mas a gente só fica em casa mesmo, tem que se proteger, tanto a gente como proteger a família, né?. E aí nós estamos nessa luta, pelejando, todo dia pedindo a Deus para que esse negócio pare, pare cedo, porque o negócio tá complicado”, complementou João da Cunha.
Municípios
Visando atender todas as famílias que tiveram sua renda familiar comprometida e que se encontram em situação de vulnerabilidade por causa da pandemia ainda serão contemplados os municípios de Aguiarnópolis, Ananás, Angico, Augustinópolis, Axixá, Buriti, Carrasco Bonito, Darcinópolis, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis, Maurilândia, Nazaré, Praia Norte, Sampaio, São Miguel, São Sebastião, Sítio Novo, Tocantinópolis e Xambioá.
Desde o dia 21 de março deste ano, mais de 38,5 mil famílias já receberam alimentos e itens de higiene, por meio da Setas e de órgãos parceiros. No total, foram distribuídas 595 toneladas de mantimentos.
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