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Pronunciamento abriu sessão remota da Câmara nesta terça. Maia não citou políticos, mas pediu diálogo entre instituições e defendeu liberdade de imprensa.

Rodrigo Maia: ‘Nosso grande desafio é vencer o coronavírus preservando a nossa democracia’
Rodrigo Maia: ‘Nosso grande desafio é vencer o coronavírus preservando a nossa democracia’

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (26) em plenário que a nação exige “maturidade” de quem tem mandato público para manter diálogo construtivo entre as instituições e para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus.

“O povo brasileiro espera que cada um de nós, detentores de mandatos públicos, tenha consciência do papel a desempenhar na busca de soluções para enfrentar o vírus que mata. (…) Nessa hora grave, a nação exige que tenhamos prudência. E postura. (…) Espera de nós maturidade para manter um diálogo construtivo entre as instituições e para com a sociedade”, afirmou.

No pronunciamento, sem citar políticos ou órgãos específicos, Maia defendeu o “diálogo respeitoso entre os Poderes” e pediu a “pacificação dos espíritos” diante da pandemia.

“O momento se impôs à nossa extensa e árdua agenda de compromissos legislativos. Essas palavras nasceram do coletivo desta Casa. Chegaram a nós a partir das vozes da sociedade. Impuseram-se em razão da necessidade do diálogo respeitoso entre os poderes, princípio basilar da democracia”, disse Maia.

“Faço desse momento um convite à pacificação dos espíritos. Vigilantes, e desarmados de preconceitos de qualquer ordem, temos que trabalhar pelo Brasil”, afirmou.

Maia disse que as “únicas armas” que os brasileiros devem portar são “a fé na capacidade de trabalho, na força de vontade para enfrentar e vencer obstáculos e na crença na justiça de nosso regramento institucional”.

Em nome do Parlamento, Maia prestou solidariedade às famílias que perderam parentes e apoio aos profissionais que estão na linha de frente no combate à doença. Ele ponderou que vivemos uma grave crise, mas que era preciso ter claro que a quarentena e o isolamento social não são responsáveis por “derrubar a economia”.

“Quem derruba a economia é o vírus. O distanciamento momentâneo entre as pessoas salva vidas”, prosseguiu.

Miriam Leitão:‘Maia fala para o país como estadista e ocupa vazio deixado pelo presidente'
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Natuza Nery: ‘Faltou contundência no pronunciamento de Maia’
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Andréia Sadi: ‘Pronunciamento de Maia é uma reação à nota do general Augusto Heleno’
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Ainda durante o pronunciamento desta terça, Rodrigo Maia disse que o desafio agora é derrotar o coronavírus e vencer a grave crise social e econômica, mas preservando a democracia.

O presidente da Câmara disse ser “imprescindível cuidar da relação harmoniosa e independente entre os poderes da República” e ponderou que “a construção e a preservação da democracia exigem esforços diários, vigilância intensa e transparência”.

Maia defendeu o papel da imprensa na consolidação da democracia e destacou que tem mantido “uma relação constante e construtiva” com jornalistas.

“Recebendo as críticas e analises com humildade, porque todos sabemos o importantíssimo papel da imprensa livre, e dos profissionais de imprensa, na consolidação da democracia”, afirmou.

Ao ressaltar que o sistema democrático exige a convivência republicana entre Executivo e Legislativo, Maia, em um aceno ao governo, disse ver “com naturalidade” o esforço do governo federal em ampliar a sua base política.

“Ao invés de ser criticado, esse esforço deve ser respeitado. O sistema democrático exige a convivência republicana entre Executivo e Legislativo”, disse.

Recentemente, o governo de Jair Bolsonaro tem se aproximado de partidos do chamado Centrão, inclusive com a distribuição de cargos a aliados de partidos como PP, PL e Republicanos.

Durante a sessão plenária, vários deputados elogiaram o discurso de Maia. Um deles foi o deputado Arthur Lira (AL), líder do PP, que disse que o partido “se sente contemplado” com o pronunciamento.

“Os partidos de Centro, ou de Centrão, como queiram, que nós fazemos parte, sempre deram a qualquer governo com muito equilíbrio o sustentáculo às aprovações necessárias tanto para as matérias econômicas quanto para as matérias sociais”, afirmou.

Lira defendeu, ainda, que as alianças “são necessárias quando são feitas de boa fé”.

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