Proposta é do Conselho da Amazônia, presidido pelo vice Hamilton Mourão. Presidente disse que demite quem fizer essa proposta, ‘a não ser que essa pessoa seja ‘indemissível’.
Uma proposta do Conselho Nacional da Amazônia Legal, presidido pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, foi duramente criticada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (12). A ideia em estudo envolve a expropriação de áreas com desmatamento e queimadas ilegais.
A proposta consta em um documento do Conselho da Amazônia enviado para diversos ministros do governo, com o objetivo de informar sobre a programação do órgão. Os papéis listam ações estratégicas prioritárias para a Amazônia, como o combate a queimadas e o fortalecimento de órgãos de repressão a crimes ambientais.
Uma das medidas sugeridas é “expropriar propriedades rurais e urbanas acometidas de crimes ambientais ou decorrentes de grilagem ou de exploração de terra pública sem autorização”.
“Se alguém levantar isso aí, eu simplesmente demito do governo, a não ser que essa pessoa seja ‘indemissível”‘, disse Bolsonaro.
Outro documento traz mais detalhes. A ideia é executar quatro propostas:
- endurecer a legislação, de forma a incluir a expropriação de terras de quem comete crime ambiental e fundiário (grilagem);
- possibilitar o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência da exploração ambiental e de terra pública de forma irregular, contemplando a melhor destinação da terra expropriada e dos bens confiscados, com apresentação das propostas até julho de 2021;
- confiscar os bens dos compradores ilegais de terras públicas;
- de grilagem de terras.
:Bolsonaro ameaça demitir quem propuser expropriação de terras
Os estudos ainda propõem reverter a arrecadação de multas por infração ambiental para os municípios onde os delitos ocorreram e agravar as penas dos crimes contra o meio ambiente.
O documento foi divulgado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. A TV Globo também teve acesso.
Indígenas no mercado formal
Em outro trecho, o texto prevê um “plano de ação” para inserir comunidades indígenas nos mercados formais.
Essa é uma das áreas onde a atuação do governo Bolsonaro é mais criticada. O presidente defende a exploração de recursos naturais em terras demarcadas. O planejamento do Conselho é enviar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) ao Congresso, com todas essas medidas, em maio de 2021.
Blsonaro defende exploração de terras indígenas em reunião sobre queimadas