Setembro é um mês especial para as pessoas com deficiência em geral, pois datas importantes e marcos históricos são celebrados neste mês. Para os surdos, se comemora o Setembro Azul, que representa a luta da comunidade surda por seus direitos. O mês é marcado por comemorações voltadas às pessoas com deficiências, e o Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), Márcia Dias Costa Nunes, em Palmas, realiza nesta quarta-feira, 28, um dia com diversas atividades.
A abertura ocorreu pela manhã com interpretações de poesias e palestras sobre histórias, lutas das comunidades, deveres e direitos, além de relatos de experiências, como autonomia e conquistas do sujeito surdo. A programação continua no período vespertino, a partir das 14 horas, com a realização de oficinas de SignWriting- Escrita de sinais e Libras como L2 – proporcionada ao indivíduo a aprendizagem em um ambiente formal – para ouvintes. Encerrando o dia comemorativo, será realizada uma gincana interativa.
A superintendente de Educação Básica, da Secretaria de Estado da Educação, Markes Cristiane dos Santos, ressaltou que não se trata de uma deficiência, mas uma questão linguística, de comunicação e que a sociedade precisa aprender a se comunicar, uma vez que todos têm os mesmos direitos e deveres. “Este momento é muito importante, e o CAEE é um centro de referência no Tocantins que todos precisam conhecer o importante trabalho que é feito aqui. E mais uma vez dizer que, a educação inclusiva é hoje mais que uma necessidade, é uma obrigação de um Estado”.
O pai da estudante surda, Rafaela Barros Rocha, de 16 anos, Oneval Pereira Rocha, vem de Silvanópolis para Palmas, uma vez por semana há cinco anos, para que a filha possa ser atendida pelo Centro. “Aqui é muito bom, desde que a Rafaela começou a ser atendida ela desenvolveu muito, porque lá na nossa cidade ela ficava abandonada, não tinha quem ensinasse para ela, aqui aprendeu libras e agora se comunica com todo mundo. Fez amigos de outros municípios, e eles conversam por chamada de vídeo. Antes ela era muito só, agora ela faz parte de um grupo”.
A diretora do CAEE, Erotildes Soares Correa Nogueira, disse que é de suma importância celebrar e receber a comunidade surda no Centro. “Hoje é um dia de comemoração das conquistas da comunidade surda, mas também nosso trabalho hoje é voltado para uma das situações que precisamos avançar que é a questão do emprego, sair da invisibilidade, para que eles tenham uma cadeira em qualquer lugar. Que possam ser doutor, empresário, que possam ser o que eles quiserem ser, que eles possam estar em seus empregos e sejam respeitados pelas empresas, pela sociedade, garantidos por lei”, frisou a gestora.
CAEE
Criado em 2019, atualmente o CAEE atende cerca de 150 estudantes, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos com deficiência. São realizadas ações educacionais voltadas para atender as especificidades de cada pessoa, buscando diminuir as barreiras de acessibilidade no contexto educacional.