Também em uma rede social, Vitor Hugo agradeceu “pela confiança” depositada pelo presidente Bolsonaro em 19 meses à frente da liderança
“Muitos desafios superados e grande amadurecimento. Desejo toda sorte ao novo líder Ricardo Barros, que contará com meu total apoio”, escreveu.
Desde abril, o presidente Jair Bolsonaro tem se aproximado dos partidos do chamado Centrão, um bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita.
A escolha de um deputado do grupo para a liderança do governo consolida essa proximidade, já que caberá a Ricardo Barros orientar votações em plenário em concordância com a posição do Planalto.
O Centrão é menos conhecido por suas bandeiras e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia.
Com o apoio dessa bancada, o governo consegue formar maioria para aprovar projetos de interesse do Executivo no plenário da Câmara – assim como rejeitar “pautas-bomba” ou temas de interesse da oposição.
Em troca, a negociação costuma envolver a cessão de cargos no governo aos partidos, que podem indicar aliados para ministérios, estatais ou órgãos federais nos estados.
Em julho, Centrão já pressionava governo por aliado como líder na Câmara; Valdo Cruz comenta
Mudanças na vice-liderança
Pelo regimento da Câmara, o presidente da República pode indicar até 15 vice-líderes de governo na Casa. Atualmente, são 14 deputados na função.
Recentemente, o governo estabeleceu trocas no cargo e, em algumas delas, afastou apoiadores da ala mais radical.
Um dia após a votação da PEC do Fundeb, por exemplo, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) foi retirada do cargo. A parlamentar votou contra a renovação do fundo, enquanto Bolsonaro afirmou que o governo mostrou “responsabilidade” ao, segundo ele, apoiar a proposta.
No início de julho, o Planalto fez quatro trocas na vice-liderança, entre elas a do deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que deixou o cargo. Sua saída aconteceu em meio à repercussão de um vídeo publicado pelo parlamentar nas redes sociais, em que ataca o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Daniel Silveira (PSL-RJ), um dos parlamentares que teve a quebra de sigilo determinada pelo STF, também deixou a função na ocasião, além de Carlos Henrique Amorim (DEM-TO) e José Alves Rocha (PL-BA).
Ocuparam os cargos os deputados Diego Garcia (PODE-PR), Carla Zambelli (PSL-SP), Aluísio Mendes (PSC-MA) e Maurício Dziedricki (PTB-RS).
Em maio, o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) entrou na vice-liderança no lugar de Herculano Castilho Passos Junior (MDB-SP).
Atualmente, Ricardo Barros é um dos vice-líderes do governo no Congresso. Na sessão desta quarta, por exemplo, foi ele quem defendeu a posição governista durante a sessão para análise de vetos presidenciais.
Barros também participou da reunião entre Bolsonaro, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e outras autoridades para tratar do teto de gastos e das reformas que precisam tramitar no Congresso.
No sexto mandato como deputado federal, Barros está na Câmara desde 1995. Nesse período, foi líder ou vice-líder de diferentes governos, incluindo o de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
No governo Michel Temer, comandou o Ministério da Saúde de 2016 a 2018.
No início da trajetória política, foi prefeito da cidade de Maringá, no Paraná, de 1989 a 1993, pelo PFL, partido ao qual era filiado à época. Ricardo Barros é casado com Cida Borghetti, ex-governadora do Paraná.