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Doença cardíaca grave que pode levar à morte afeta 5% da população com mais de 75 anos

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Falta de ar, cansaço, grande dificuldade em fazer esforço físico e, às vezes, até desmaios podem parecer comuns quando se pensa em pessoas idosas, mas a verdade é que isso não é normal, mesmo com o avançar da idade. Esses são alguns dos sintomas de uma estenose da válvula aórtica, doença que apesar de pouco conhecida pela população em geral, afeta cerca 5% das pessoas com mais de 75 anos, ou seja, um em cada 20 idosos a partir dessa faixa etária, segundo o Ministério da Saúde.

A estenose da válvula aórtica é um dos problemas cardíacos mais graves. O coração é responsável por bombear o sangue oxigenado para todo o corpo, mas, para que isso ocorra, todas as estruturas do órgão precisam funcionar bem. A válvula aórtica é como se fosse uma porta, que abre e fecha para permitir a passagem do sangue e a estenose, de modo degenerativo, torna essa passagem mais estreita e obstruída. Quando isso acontece, se a válvula doente não for substituída, a insuficiência cardíaca pode levar à morte.

O problema é que, embora algumas pessoas desenvolvam a estenose por causa de um defeito cardíaco congênito, ela costuma ser causada pelo envelhecimento e os riscos do tratamento convencional costumam ser altos para os idosos e, em alguns casos, até contraindicados, já que se trata de uma cirurgia cardíaca que exige a abertura do tórax. A boa notícia é que já existe um procedimento mais moderno e menos invasivo que, a depender do quadro clínico do paciente pode substituir a necessidade da intervenção cirúrgica, é o chamado Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI), por via transfemoral.

Para o médico cardiologista, Dr. Henrique Furtado, o procedimento pode salvar a vida de muitos pacientes diagnosticados com estenose da válvula aórtica. “Segundo as pesquisas mais recentes, sem tratamento, 50% dos pacientes sintomáticos diagnosticados com a doença morrem em um ano. A única solução definitiva é a substituição da válvula problemática por uma prótese, o que agora já pode ser feito através do TAVI, de modo que os riscos para o paciente são drasticamente reduzidos e a recuperação é muito mais rápida”, explica o especialista. Com o TAVI, o implante é introduzido na região da virilha por meio de um cateter que segue até o coração, restabelecendo o fluxo sanguíneo. O procedimento é feito sem cortes, com uso de anestesia local e sedação leve.

O Ministério da Saúde acabou de habilitar o Hospital Dom Orione, em Araguaína, para realizar o procedimento. O TAVI já é feito na unidade desde dezembro de 2022, mas não estava incluso na tabela SUS. Com a Portaria GM/MS Nº 3.414/2024, 25 hospitais do país foram credenciados para realizar o procedimento em pacientes a partir dos 75 anos de idade. No Tocantins, o Dom Orione é o único autorizado a realizar o TAVI pelo SUS. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, só esse ano, já foram realizadas 210 cirurgias cardíacas na rede pública no estado. O Hospital Dom Orione é um dos mais importantes Hospitais que realizam cirurgias cardiovasculares pelo SUS, nos últimos 20 anos.

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