Com base em investigações realizadas pela Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), por meio da 2ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP), de Araguaína, um homem de 23 anos foi julgado e condenado pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Araguaína a mais de 70 anos de prisão. O julgamento foi realizado no Fórum da cidade nesta quinta-feira, 2.
As condenações se deram em virtude de três homicídios e uma tentativa praticada na madrugada do dia 27 de maio de 2021, em uma rotatória, na Avenida Filadélfia, no Setor Oeste, em Araguaína. O acusado, de posse de uma pistola calibre 38, tirou a vida de três homens que conduziam motocicletas e foram abordados pelo indivíduo que estava escondido em um matagal. Todos foram surpreendidos pelo assassino e mortos com disparos na região da cabeça.
Conforme o delegado-chefe da 2ª DHPP, Adriano de Aguiar Carvalho, logo após o crime, as equipes da Unidade Especializada iniciaram as investigações e conseguiram identificar e prender o homem. “Após a identificação representamos pela prisão, que foi deferida pela Vara Criminal de Araguaína. O indivíduo foi capturado na cidade de Rondon do Pará, poucos dias depois dos crimes”, disse o delegado.
Inquérito concluído
O inquérito que apurava as mortes de Francisco Régis Freitas Gonçalves, que foi o primeiro a ser morto, Manoel Cassiano de Oliveira e Simião Neto Pereira, que estavam juntos em uma segunda motocicleta, foi concluído e remetido ao Judiciário no dia 31 de outubro de 2021, quando o delegado Adriano concedeu uma entrevista coletiva à imprensa e explicou toda a dinâmica dos crimes.
Mortes aleatórias e ocultação dos cadáveres
As investigações da Polícia Civil apontaram que o investigado chegou de bicicleta ao local onde se escondeu e de posse de uma pistola executou as três vítimas sem dar qualquer chance de defesa. “Frisa-se que todos foram surpreendidos com disparos na cabeça e tiveram seus corpos ocultados no matagal. Os veículos que conduziam foram jogados em um barranco”, disse o delegado.
A autoridade ressaltou também que as mortes foram aleatórias, pois não foi descoberta nenhuma motivação para os crimes. Um quarto motociclista só escapou da morte porque conseguiu fugir ao ser abordado pelo assassino, que ainda atirou na motocicleta.
O delegado Adriano também foi ouvido na sessão do Tribunal do Júri e relatou as conclusões das investigações da 2ª DHPP. Cada homicídio consumado rendeu 21 anos e quatro meses de prisão e, somados aos demais crimes, (um homicídio tentado, e três ocultações de cadáver) totalizou 72 anos e meio.
Para o delegado Adriano, a condenação referenda o trabalho de qualidade e excelência realizado pela Polícia Civil do Tocantins diariamente e demonstra o compromisso da instituição com a investigação criminal e com a elucidação do crime bárbaro que chocou a população da cidade.
“Essa condenação é fruto de um trabalho investigativo bastante técnico e aprofundado realizado por toda a equipe da 2ª DHPP. O julgamento promoveu justiça às famílias das vítimas e manterá encarcerado um indivíduo de altíssima periculosidade que ainda será julgado por outros três homicídios praticados, sendo dois no Tocantins e outro na cidade de Estreito, MA”, disse o delegado.