O que diz a Secretaria Estadual de Saúde
Acerca da Operação policial deflagrada na manhã desta terça-feira, 15, nas dependências do Hospital Geral de Palmas em desfavor de alguns servidores da unidade, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que está a disposição do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Tocantins (MPE), Polícia Civil e o próprio judiciário, para prestar todos os esclarecimentos – que forem pertinentes à Pasta – sobre a operação que investiga o possível esquema de cobrança indevida dentro do Hospital Geral de Palmas (HGP), para realização de cirurgias.
O Secretário de Estado da Saúde, Afonso Piva, e o diretor geral da Unidade, Leonardo Toledo, acompanharam a “Operação Betesda” dando total suporte para elucidação dos fatos. Os Agentes tiveram acesso aos documentos solicitados, como também, a prontuários médicos e demais documentos relativos aos encaminhamentos e procedimentos de pacientes. Paralelamente, o gestor determinou imediata abertura de sindicância – a ser instaurada pela corregedoria de saúde – a fim de apurar os fatos, obedecendo, logicamente, o princípio da ampla defesa aos investigados.
O Governo do Tocantins reafirma o compromisso da gestão pelo zelo na prestação dos serviços públicos de saúde, que são totalmente gratuitos. Por fim, a SES-TO reitera que não compactua com qualquer forma de corrupção ou ingerências, e não medirá esforços para que tais ações sejam coibidas na gestão pública tocantinense.
Prontuários são apreendidos no HGP durante operação — Foto: Gaeco/Ministério Público do Tocantins
O Hospital Geral de Palmas é a maior unidade de saúde pública do Tocantins, recebe pacientes de várias cidades. Eles costumam reclamar da demora na realização de procedimentos. Por causa da pandemia, as cirurgias eletivas ficaram suspensas e só foram retomadas em outubro de 2021.
Em dezembro do ano passado mais de 7 mil pessoas estavam na fila para realizar alguma cirurgia pelo SUS no Tocantins. Já em janeiro deste ano uma paciente que estava internada há 120 dias aguardando uma cirurgia ainda não sabia quando iria passar pelo procedimento.
Outro paciente morreu enquanto esperava por cirurgia eletiva no HGP. Antônio Carlos Carvalho de Lima tinha 57 anos e estava aguardando pelo procedimento há vários meses. Na época o filho do trabalhador lamentou a situação.
“Meu pai, quando chegou, ele estava em condições de realizar a cirurgia, embora o quadro fosse grave. Mas eles simplesmente negligenciaram, se negaram. O que aconteceu com muitos e que eu nunca imagine que aconteceria comigo aconteceu. E eu fico imaginando quantos serão os próximos”, diz o filho, Rafael Santos Lima.
Operação da Polícia Civil e Gaeco investiga esquema de fura-fila no Hospital Geral de Palmas — Foto: Betânia Sousa/TV Anhanguera