Cinco homens foram presos na BR-153 durante operação da PRF e Polícia Civil. Veja como funcionava o esquema criminoso.
A Polícia Rodoviária Federal começou a suspeitar que uma quadrilha estaria desviando combustíveis após receber denúncias de venda ilegal de álcool, gasolina e diesel nas margens da BR-153. Na madrugada desta sexta-feira (10) cinco homens foram presos em Nova Rosalândia. De acordo com a polícia, o grupo conseguia driblar as câmeras e o rastreamento dos veículos para cometer os crimes.
Quatro suspeitos são os motoristas de uma empresa que transporta combustível no estado. Eles dirigiam os caminhões-tanque e supostamente eram peças-chave no esquema. Para tentar não levantar suspeita eles retiravam cerca de 400 litros de cada carga. Além disso, descarregavam os produtos nos postos durante a noite.
A Rede de Postos Marajó, que é dona dos caminhões, informou que apoia totalmente a investigação da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil e se colocou inteiramente à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários. Informou também que é vítima da ação criminosa e vai adotar as medidas judiciais cabíveis. (Veja a nota no fim desta reportagem)
Os agentes acreditam que todos os dias pelo menos um caminhão parava no mesmo local, um restaurante de fachada às margens da BR, para fazer a descarga. Os veículos flagrados nesta sexta-feira (10) saíram de Palmas com destino a um postos de combustível em Cariri do Tocantins.
Os caminhões eram rastreados e possuíam câmeras na cabine, mas os suspeitos conseguiam evitar as filmagens levando os veículos para uma área de mata, além disso os carros ficavam ligados durante todo o furto dos combustíveis.
Com os motoristas foram apreendidos vários lacres utilizados para lacrar os tanques de combustíveis, alguns intactos e outros violados.
Os investigadores acreditam que o grupo desviava 40 mil litros de combustível por mês e o esquema estaria ocorrendo há cerca de dois anos. Os suspeitos foram flagrados no momento em que estavam enchendo galões de combustível com mangueiras ligadas diretamente aos caminhões da empresa.
Veículos foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal — Foto: Aurora Fernandes/ TV Anhanguera
A PRF informou que os postos de combustíveis que eram os destinatários finais dos combustíveis perceberam nos últimos meses uma diferença significativa entre a quantidade de combustíveis expelidos pelas bombas ejetoras e a quantidade supostamente recebida dos caminhões-tanques.
Restaurante de fachada
Ainda conforme a polícia, o suposto restaurante servia como disfarce às paradas feitas regularmente no mesmo local. Pois os motoristas afirmavam que paravam para comer.
No momento das prisões, um receptador estava no local e tinha colocado alguns galões de combustível em uma caminhonete, mas ao verificar a aproximação da polícia ele conseguiu fugir do local. Apesar disso, foi identificado e está sendo procurado.
Os outros indivíduos que foram presos confessaram os crimes, segundo a PRF. Além disso, informaram que outros motoristas da referida empresa também fazem parte do esquema criminoso.
Os suspeitos foram levados para a delegacia e, conforme a Polícia Civil, serão indiciados por crime contra a ordem econômica, consistente na comercialização e armazenamento ilegal de combustíveis, além de furto qualificado e constituição de organização criminosa.
Eles serão levados ainda nesta sexta-feira (10) para a Casa de Prisão Provisória de Paraíso do Tocantins, na região central do estado, onde permanecerão à disposição da Justiça.
Combustível revendido
O combustível furtado pelos suspeitos era revendido em galões, geralmente de 20 litros, às margens da própria rodovia ou repassado para terceiros revenderem. Os preços variavam conforme o produto.
O álcool era vendido a R$ 2, o diesel por R$ 2,5 e a gasolina por R$ 3.
Nota da empresa Marajó sobre a operação
A Rede de Postos Marajó vem por meio da presente, em razão da deflagração da operação policial que prendeu 4 (quatro) motoristas da empresa nesta madrugada (10/1/2020), por furto de combustíveis nas proximidades da cidade de Nova RosalândiaTO, manifestar total apoio às ações conjuntas da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil, bem como informar que a Rede Marajó, desde que comunicada da referida ação, se colocou inteiramente à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários.
A Rede Marajó em seus quase 30 anos de mercado jamais coadunou, participou ou integrou qualquer ação criminosa e repudia com veemência a atitude revelada pelos motoristas presos na operação.
Importante destacar que a qualidade dos produtos da Rede Marajó se mantém preservada e de altíssimo padrão, posto que não havia adulteração do produto, mas tão somente o desvio de uma certa quantidade antes que o produto chegasse ao posto e cuja falta era imperceptível no ato do descarregamento, de modo que a falta somente era vista no resultado final das compras de cada mês.
A Rede Marajó é vítima da desditosa situação e adotará todas as medidas judiciais cabíveis contra os criminosos. Agradecemos à Policia Rodoviária Federal e à Polícia Civil pela atenção e preocupação dispensados.