O primeiro recorde de outubro foi batido no dia 4, com registro de 327.964 novos casos de Covid-19. Nos dias 22, 23 e 24, os recordes diários foram batidos de forma consecutiva – sendo que, no último deles, veio o maior número diário desde o início da pandemia: 468.409 novas infecções.
O único mês em que os recordes foram alcançados mais vezes foi em janeiro, mas, naquele mês – que foi o primeiro da pandemia – o número mais alto registrado em um dia foi de 2.011 casos; o primeiro dia com registros de infecções, 18, teve apenas 17 casos registrados.
Desde então, os meses de abril, junho e julho tiveram a maior quantidade de recordes batidos: 8 em cada um. Em março, as altas mundiais foram ultrapassadas 7 vezes, e em fevereiro, 6. Agosto e setembro tiveram 2 e 3 recordes, respectivamente.
O país com maior número de casos no dia 24, data do último recorde da OMS, foram os Estados Unidos, com 72.342 registros diários, o equivalente a 15% dos casos registrados no mundo naquele dia. O país também tem o maior número total de casos.
A segunda colocada, a Índia, teve 11% dos casos; a França, a terceira, 9%. E o Brasil, em quarto, 5,3%.
Os dados brasileiros são diferentes dos levantados pelo consórcio de veículos de imprensa por questões de metodologia, como o horário de fechamento e de envio dos dados. A fonte, entretanto, é a mesma: as secretarias estaduais de Saúde.
Tanto a Argentina quanto a República Tcheca, que aparecem entre os países com mais casos no dia 24, têm apresentado altas preocupantes no número de casos que contrastam com o cenário que viviam no início da pandemia.
No vizinho latino-americano, um dos motivos para o agravamento foi a propagação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) pelo interior do país, segundo o infectologista diz Omar Sued.
Na República Tcheca, a taxa de infecção é a maior da Europa. Enquanto o mundo apresentou um aumento médio de cerca de 7% nos casos nas últimas duas semanas, segundo dados da OMS, essa taxa no país do Leste Europeu é de cerca de 40%. A alta dos índices europeus também tem sido motivo de preocupação da OMS.
Na Alemanha, que não figura entre os países com maiores números mas que ultrapassou, também no dia 24, a marca de 10 mil mortos, a chanceler Angela Merkel declarou, na última quinta-feira (22), que o país teria meses “muito, muito difíceis” pela frente.
Nesta segunda-feira (26), a OMS fez um alerta sobre os as altas recentes nos casos e demonstrou preocupação, principalmente, com o Hemisfério Norte, e pediu que a pandemia não seja politizada.
“A semana passada testemunhou o maior número de casos Covid-19 relatados até agora. Muitos países do hemisfério norte estão vendo um aumento preocupante de casos e hospitalizações. As UTIs estão chegando na sua capacidade em alguns lugares, especialmente na Europa e América do Norte”, alertou Tedros.
“Uma pandemia não é um [jogo de] futebol político. O pensamento positivo ou o desvio intencional [da pandemia] não impedem as transmissões ou salvam vidas. O que vai salvar vidas é a ciência, soluções e solidariedade”, disse o diretor-geral da OMS.
Brasil registra 157,1 mil mortes por Covid e quase 5,4 milhões de casos