Recém-nascidos precisam ser transferidos para outros estados já que o procedimento não é feito no TO. No ano passado quase 20 crianças que nasceram com problemas no coração morreram.
Pelo menos seis recém-nascidos com problemas no coração correm risco enquanto aguardam cirurgias. Os pais ficam aflitos e temem que o estado de saúde deles piore, já que o procedimento não é feito no Tocantins. Em 2018 pelo menos 19 bebês que nasceram com problemas cardíacos morreram.
No ano passado 102 bebês foram transferidos do Tocantins para estados. Do total, 39 precisaram de ordem judicial. Somados, os tratamentos custaram R$ 7,2 milhões.
Na noite desta segunda-feira (1), Luiz Otávio foi transferido para fazer o procedimento em Goiânia. A viagem só aconteceu após o Estado descumprir uma decisão judicial. Agora os pais do bebê torcem para que o filho sobreviva. “A única coisa que me importa é que ele consiga fazer a cirurgia e volte para casa com a gente feliz”, disse o pai do paciente.
Laura nasceu com 3 kg e 49 centímetros. Os pais dela tiveram que entrar na Justiça para conseguir a transferência da menina. Ela chegou a ficar 10 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas morreu durante a cirurgia. A mãe da bebê, Dalila Sousa, conta como recebeu a notícia. “O médico chegou para mim e falou: ‘ela foi bastante forte, mas não resistiu'”, lamenta.
Os bebês lutam pela vida enquanto aguardam na fila de espera. O defensor público Arthur Pádua diz que essas cirurgias precisam ser feitas no Tocantins. “São bebês que têm uma patologia gravíssima e não podem esperar. O Estado não está cumprindo nem o dever das decisões judiciais e muito menos preparando a organização do serviço aqui”, reclamou.
O superintendente de assuntos jurídicos da Secretaria de Saúde disse que faltam médicos especializados no Tocantins e por isso não é possível fazer esse tipo de procedimento no estado. “Em curto prazo o Estado obteve maior número de fornecedores mais próximos ao Tocantins. Em Goiás e Minas Gerais para atender essas necessidades”, justificou.