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PF encontra depósitos de empresa investigada por supostas fraudes nas contas de secretários de saúde do interior

Também foram localizadas transferências para outros funcionários públicos, inclusive os pregoeiros responsáveis pelas licitações.

Secretários de saúde de prefeituras do interior são presos suspeitos de fraudar licitações

A investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema criminoso para eissão de notas fiscais ‘frias’ na compra de medicamentos encontrou indícios de que funcionários públicos recebiam propinas de empresas do setor de saúde. A decisão do juiz Jeferson Ramos, que autorizou a operação, aponta que depósitos e transferências foram encontrados pela PF nas contas de secretários e pregoeiros de várias cidades.

Nas contas do secretário de saúde de Augustinópolis, Gedeão Alves Filho, foram encontradas transferências da empresa RL Santana, de propriedade de Ricardo Lopes Santana, que somam R$ 4 mil. A mesma empresa depositou R$ 1,5 mil na conta bancária de José Júnior Neres da Silva, secretário de saúde de Luzinópolis.

Nas contas da secretaria de saúde de Palmeiras do Tocantins, Maria Sônia Oliveira, foram encontrados quatro depósitos que somam R$ 2.350,00. Já os pregoeiros recebiam valores mais altos. No caso de Luzinópolis por exemplo, a empresa teria realizado sete depósitos que somam R$ 13,4 mil.

Cinco secretários de saúde foram presos:

  • Gedeão Alves Filho – Augustinópolis
  • José Júnior Neres da Silva – Luzinópolis
  • Maria Sônia Oliveira da Silva – Palmeiras do Tocantins
  • Francisco Silvino da Silva – São Sebastião do Tocantins
  • Luiz Neto Fernandes da Silva – Ananás

Também foram presos, quatro gestores do fundo da saúde e cinco pregoeiros. Foi decretada ainda a prisão preventiva, por tempo indeterminado, de Ricardo Lopes Santana, dono de empresas distribuidoras de remédios. Na casa dele, policiais federais apreenderam dólares e relógios.

As investigações apontam que os servidores faziam licitações simuladas de compras de remédios e as secretarias municipais de saúde pagava as notas fiscais, mas na realidade os medicamentos nunca eram entregues para a população.

Agentes fazendo buscas em endereço durante operação — Foto: PF/Divulgação

Agentes fazendo buscas em endereço durante operação — Foto: PF/Divulgação

De acordo com a controladoria-geral da união, as empresas investigadas emitiram 4.536 notas fiscais no período de 2016 a 2019, no valor de R$ 25.690.174,20. Do total de notas emitidas, 47% foram canceladas após a emissão, somando R$ 14.519.135,42. Mesmo assim, o valor era pago pelos municípios.

Na decisão, o juiz disse que “é importante destacar que não se trata de um simples desvio de verbas, mas sim de uma manobra desenvolvida pelos dirigentes do grupo, de modo consciente e deliberado, visando não só fraudar a fazenda pública, bem como promover o domínio do mercado econômico local”.

Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, fraude em licitações e participação em organização criminosa.

G1 solicitou posicionamento para os municípios e secretários envolvidos e aguarda resposta. O telefone da Omega Distribuidora não atendeu as ligações. Ainda tentamos contato com a defesa do empresário Ricardo Lopes Santana.

Operação Bálsamo de Gileade — Foto: Divulgação/PF

Operação Bálsamo de Gileade — Foto: Divulgação/PF

Operação Bálsamo de Gileade no Tocantins — Foto: Divulgação/PF

Operação Bálsamo de Gileade no Tocantins — Foto: Divulgação/PF

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