Com foco no mercado consumidor, o Tocantins está investindo na viabilidade econômica da cultura do coco. E, para trazer tecnologias e conhecimentos sobre essa cultura, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), prefeitura Municipal de Porto Nacional e instituições privadas, realizaram o primeiro Seminário da Cultura do Coco. Voltado para técnicos, produtores e acadêmicos, o encontro ocorreu nessa quinta e sexta-feira, 3 e 4, no Projeto de Irrigação São João, em Porto Nacional.
No primeiro dia, a programação foi voltada para palestras sobre o mercado nacional e as perspectivas da cultura do coco; linhas de crédito, e o cenário da cultura do coco no Tocantins, pela visão do produtor. Já nesta sexta-feira, os participantes tiveram a oportunidade de visitar uma propriedade de cultivo de coco, a chácara Guariroba, do produtor Rosimar Ferreira, acompanhados do engenheiro agrônomo e consultor técnico da cultura do coco, Jamison Moura.
Na visita técnica, e com demonstrações práticas, o consultor Jamison esclareceu dúvidas e orientou sobre o manejo adequado da cultura do coco, ressaltando ainda que o Tocantins tem condições e localização privilegiada para o cultivo da fruta.
“Aqui vocês estão numa posição privilegiada, por estar perto dos centros consumidores, como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, isso já é o primeiro ponto favorável; e aqui vocês têm sol bom no segundo semestre do ano, tem chuva, tem solo, que aliados ao bom manejo como área foliar, sistema radicular, adubação e pulverização constante e irrigação”, destacou o consultor.
E por acreditar que a cultura do coco é uma boa alternativa de cultura, principalmente nos perímetros irrigados, o chacareiro Rosimar Ferreira começou a atividade há cerca de cinco anos, e agora, aproveita as orientações técnicas para ajustar o que precisa para ter uma boa produtividade. “Estou muito satisfeito com o que a gente ouviu nesse seminário, e com certeza a gente vai melhorar nossa técnica de produção, isso com a ajuda do Ruraltins”, frisou.
Com área de 8 hectares, o produtor conta que tem plantado 1.700 pés de coco, e prevê colher 300 unidades por pé. “O espaçamento não foi o adequado, mas vamos continuar ajustando para ter a melhor produtividade possível, fazendo, a partir de agora, o que é certo! ”
O curso faz parte das metas do Programa Assistência Técnica para o Médio Produtor (Ater para Médio), por meio de convênio firmado com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Essa parceria tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento econômico e social dos médios produtores rurais do Tocantins, de modo a estimular a diversificação da produção, melhorar a produtividade e consequentemente ampliar a renda. A iniciativa contempla três categorias: pecuária de corte e mista; culturas anuais e fruticultura.
Com participação superior ao esperado, o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ruraltins, Kin Gomides, avaliou como positivo o primeiro Seminário da Cultura do Coco. “Nosso esperado era em torno de 60 pessoas, e tivemos um público de mais de 120 participantes que mostraram interesse nessa cultura. Inicialmente o projeto atende uma das metas do Convênio Ater para Médio, com treinamento dos técnicos, e abrimos espaço para os produtores que já trabalham com essa cultura e a participação também de acadêmicos, no intuito de difundir as tecnologias para o cultivo do coco no Estado.
Segundo o diretor de Agricultura, Agronegócio e Pecuária da Seagro, José Américo Vasconcelos, a intenção é difundir mais tecnologias, práticas de produção e também as linhas de créditos disponíveis aos produtores para que eles tenham a oportunidade de produzir, comercializar e gerar renda com cultivo dessa cultura no Estado do Tocantins.