Nesta semana, entre os dias 15 e 19, servidores do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) participam em Santarém, no Pará, de curso de identificação botânica promovido pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) em colaboração com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Fundação de Integração da Amazônica (FIAM), Ministério do Meio Ambiente por meio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Euroclima+, Expertise França, Instituto Federal do Pará (IFPA), Embrapa e Ministério da Agricultura e Pecuária.
A identificação botânica é uma habilidade essencial para o manejo florestal. Ela assegura a conservação da diversidade de espécies na comunidade florestal, reduz custos, desperdícios e embargos nos planos de manejo, além de promover o comércio sustentável de produtos florestais.
Jean Ludke, engenheiro florestal do Instituto, explica que o curso tem como objetivo auxiliar e capacitar os manejadores e técnicos sobre a importância da correta identificação botânica das árvores inventariadas e exploradas no manejo florestal. “Durante as atividades, são utilizados critérios acessíveis e reais, como características morfológicas, aspectos da árvore, como fuste, base radicular (sapopema), talho, exsudação, cor, odor, forma de copa, além de vestígios de frutos e folhas na base da copa, que complementam a investigação da identidade das espécies”, detalhou.
Realizado de forma participativa, com aplicação prática em inventários comerciais, o curso é oferecido para manejadores e técnicos florestais. Serão acessadas 300 árvores de 142 espécies botânicas residentes em duas trilhas próximas ao acampamento da área de manejo no km-117 na Floresta Nacional do Tapajós, uma Unidade de Conservação federal, supervisionada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conforme explica o engenheiro florestal Rodrigo Sávio de Carvalho que é gestor das UCs estaduais e também participa desta formação. “Os comunitários aqui exploraram e retiram a madeira, eles têm serrarias. É um modelo de concessão em que a própria comunidade que vive dentro da UC consegue utilizar a floresta com essa finalidade”, observou o gestor.
As trilhas do Índio e Ufopa foram demarcadas para esse propósito. A trilha do Índio, localizada a 275m do acampamento onde os cursistas estão alojados, adentra 210m na floresta e possui 104 árvores demarcadas, pertencentes a 69 espécies botânicas. Já a trilha Ufopa, distante 185m do acampamento, adentra 450m na floresta e possui 196 árvores demarcadas, pertencentes a 117 espécies botânicas.
O curso conta com a participação de especialistas de diferentes instituições. Da Embrapa, Ademir Roberto Ruschel; da Ufopa, Ulisses Sidnei da Conceição Silva; do IFPA, Rodrigo Antonio Pereira Jr.; da Embrapa/Herbário Ian, João Carlos Lima de Oliveira da e Manoel dos Reis Cordeiro.